Percepção de riscos no uso de agrotóxicos nas propriedades rurais do município de Lucianópolis – SP

Abstract

As práticas agrícolas, ao decorrer da história, foram se modernizando e aperfeiçoando. Contemporaneamente, é praticamente impossível ou inviável imaginar a agricultura atual sem o constante e desenfreado uso dos agrotóxicos. Estes produtos visam controlar as pragas, facilitar o manejo agrícola e consequentemente aumentar a produtividade. Contudo, diversos estudos demonstram que o uso incorreto e frequente destas substâncias ocasiona implicações de natureza ambiental e efeitos nocivos à saúde humana. Neste contexto, são os trabalhadores rurais os mais expostos, haja vista estarem rotineiramente em contato com essas substâncias. O presente trabalho tem por objeto de estudo o uso de agrotóxicos, realizando um levantamento da utilização destes em diversas culturas agrícolas no município de SP. Foram realizadas entrevistas com pequenos e médios produtores em 13 Lucianópolis (treze) propriedades do município em foco, por meio de questionários de perguntas fechadas e abertas. Pela análise dos resultados obtidos, constatou-se que a faixa etária predominante dos trabalhadores é entre 22 e 45 anos, o tempo de trabalho com exposição aos agrotóxicos é elevado, já que a grande maioria está na atividade há mais de 5 anos, o grau de instrução dos entrevistados foi considerado baixo, uma vez que mais da metade possui apenas o ensino fundamental incompleto. No tocante ao uso de EPI, verificou-se que mais de 80% dos trabalhadores fazem uso regular destes, no entanto de forma parcial, ou seja, não usam o conjunto completo para garantir a saúde. Ademais, desconhecem cuidados simples como seguir a ordem correta de como vestir e retirar os EPIs. Observou-se que 30,77% dos entrevistados afirmaram ter sentido algum problema de saúde devido ao uso de agrotóxico. Nesse contexto, verifica-se que no município de Lucianópolis os pequenos e médios produtores tem consciência dos riscos apresentados pela exposição ocupacional aos agrotóxicos, mas carecem de mais assistência técnica e conhecimentos para preservação da própria saúde, da saúde da família, do meio ambiente e da população em geral.

Throughout history, agricultural practices have been modernized and improved. Nowadays, it is practically impossible or unfeasible to imagine modern agriculture without the constant and unbridled use of pesticides. These products aim to control pests, facilitate agricultural management and consequently increase productivity. However, several studies show that the incorrect and frequent use of these substances causes environmental implications and harmful effects on human health. In this context, rural workers are the most exposed, since they are routinely in contact with these substances. The present study aims to study the use of pesticides, conducting a survey of their use in various agricultural crops in the city of São Paulo. Interviews were conducted with small and medium-sized producers on 13 Lucianópolis (thirteen) properties in the city in question, through questionnaires with closed and open questions. The analysis of the results obtained showed that the predominant age group of workers is between 22 and 45 years old, the length of time working with exposure to pesticides is high, since the vast majority have been in the activity for more than 5 years, and the level of education of the interviewees was considered low, since more than half had only incomplete elementary education. Regarding the use of PPE, it was found that more than 80% of the workers make regular use of them, however partially, that is, they do not use the complete set to ensure their health. Furthermore, they are unaware of simple precautions such as following the correct order of how to put on and take off PPE. It was observed that 30.77% of the interviewees stated that they had felt some health problem due to the use of pesticides. In this context, it can be seen that in the municipality of Lucianópolis, small and medium-sized producers are aware of the risks presented by occupational exposure to pesticides, but they lack more technical assistance and knowledge to preserve their own health, the health of their families, the environment and the population in general.